12º - Euro 2008

Já há algum tempo que queria escrever sobre este tema. Vi com atenção o Euro 2008. Segui de perto alguns jogos, os que mais me captaram interesse, e que eu achei que poderiam ser bons. Existem várias formas de fazer uma análise deste torneio, sendo que a minha se baseará em quatro pontos essenciais que eu escolhi. São Eles; O torneio em si (carácter geral), Portugal (como não poderia deixar de ser), Espanha, e Xavi.
Começando pelo primeiro tópico, o torneio em termos abstractos. Achei, fazendo uma análise global, que o torneio foi bom, houve bons jogos, boas equipas, bons jogadores. Recordo, por exemplo, a Espanha – Suécia (2-1), a Rússia – Holanda (3-1). Espanha, Holanda, Rússia, Turquia, entre outras equipas, fizeram um bom campeonato da Europa e deixaram a sua marca bem presente. Para além da parte futebolística, este torneio envolve também um outro lado, o lado da festa. Acho que esse lado também é de realçar, dado que houve um ambiente positivo que caracterizou todo este Euro.
Passando agora, ao segundo tópico, vou analisar a prestação da selecção Portuguesa. Bom, em primeiro lugar queria dizer que faltou, na minha opinião, um jogador nos convocados de Luiz Felipe Scolari. Esse jogador é Marco Caneira, actual defesa do Sporting. E porque é que eu digo isto? Porque Caneira, é sempre um jogador útil, é um jogador que para além de jogar em todos os sectores defensivos, ou seja, quer a lateral esquerdo, quer a defesa central, quer a lateral direito, o faz bem. Isso, parecendo que não é fundamental para uma equipa, para além de que dá para “desenrascar” quando é necessário. Mas vou então passar à análise mais séria da equipa Portuguesa. Na fase de grupos, acho que o desempenho de Portugal, foi bom. Fizemos bons jogos, a equipa esteve concentrada, e com, naturalidade, passámos aos quartos de final. Nos quartos de final, deparámos com a Alemanha. Ia ser um jogo difícil, todos o sabíamos. A Alemanha, tinha um excelente conjunto, dotado de alguns jogadores que poderiam fazer a diferença. Entre eles, podem citar –se, Lahm ( defesa Lateral), Ballack ( centro campista) e Bastian Schweinsteiger ( talvez um extremo, embora não tenha uma posição claramente definida). Desta forma, o jogo teria de ser bem preparado, bem pensado tacticamente, com algumas marcações individuais e específicas, algo que não aconteceu. A preparação do jogo na minha opinião, e na de José Mourinho também, (opinião esta, que ao contrário da minha, é de peso) não foi bem feita. Não foi bem feita parece – me, essencialmente, por duas razões essenciais. Primeira razão, está no nosso meio campo. Um meio campo, muito mole, pouco versátil, incapaz de superar fisicamente o poder alemão, com Ballack a ter muito espaço e a poder fazer uso de todo o seu porte físico. Aqui, foi o primeiro factor, que eu acho que falhou neste jogo. O segundo factor, já foi analisado por todos e foi claro como água. Refiro – me à marcação nos cantos. Ora, como é que se pode nos quartos de final duma competição como esta, fazer erros tão infantis? Não pode. A resposta é simples. Ricardo, não se pode sair daquela maneira às bolas, nem desorientar por completo a defesa. Foi algo que falhou neste jogo, e que nos custou caro… Mas ainda assim, considero a prestação portuguesa positiva, pois estar entre os oito melhores da Europa é sempre bom! Gostei particularmente da prestação de três jogadores. Vou considera – lás desta forma matemática, 2+1. Porquê 2+1? Porque, destas três prestações, considero 2 boas, e a outra, muito boa, ou seja, num nível superior. Considero a prestação de Bosingwa e Pepe, boas. Acho que tiveram bem, são dois jogadores que podem ir longe na carreira (aliás já o estão a ir, encontrando – se Pepe no Real Madrid e Bosingwa no Chelsea). A outra prestação que considero num nível superior é a de Deco. Deco, encheu – me as medidas, confesso. Sempre gostei da forma de jogar de Deco. É um jogador rápido, com velocidade, com um bom toque de bola, e que consegue numa jogada resolver o jogo. Definia-o como a magia do futebol, e de, grande parte, do futebol português. Foi poder contar com ele, acrescentou sem dúvida algum talento à equipa, e, mesmo, não estando nas melhores condições físicas, jogou a um bom nível e deu espectáculo!
Bom, vou então ao terceiro tópico da minha análise, a famosa Espanha. Espanha, para quem não sabe, foi a vencedora do torneio. Para mim, como colectivo, foi sem dúvida, a melhor equipa do torneio. Em todos os jogos que fez, esteve bem. Estiveram bem todos os jogadores e, mais importante que isso, estiveram bem todos os sectores. Esteve bem Casillas na Baliza, esteve bem o sector defensivo, esteve muito, mas muito bem, o meio campo espanhol, aquele “quarteto fantástico”, e o ataque esteve simplesmente fulgurante, com Villa e Fernando Torres a fazerem toda a diferença!
A Espanha, mereceu inteiramente a vitória, foi a equipa mais regular, mais consistente, e não teve um calendário nada fácil. Recordo, os quartos de final do Euro, em que defrontaram a Itália, equipa sempre temível, pelo seu brilhantismo defensivo, cultura táctica, e contra ataque extremamente eficaz. Os meus sinceros parabéns à Espanha, foi, na minha opinião, em relação aos últimos anos, das melhores prestações duma selecção num torneio desta envergadura. Nota máxima para a Espanha!
O meu quarto tópico, diz respeito, única e exclusivamente a um jogador. É Xavi. Hesitei, se havia de dedicar um tópico a um único jogador. Mas depois de ponderar e reflectir um bocado, achei que sim, que era extremamente justo, dedicar umas linhas desta análise do Euro, a Xavi. Xavi, foi eleito o melhor jogador do torneio. È justo? Não. Na minha opinião, não é justo, é JUSTISSÍMO. JUSTISSÍMO, Porquê? Por tudo. Pela qualidade, pelo empenho, pela simplicidade de jogo, pela cultura táctica, pela inteligência a jogar, por ser o ponto de equilíbrio da selecção espanhola, por ser o jogador que esteve sempre no sitio certo à hora certa. Foi grande, muito grande Xavi. Mourinho tinha dito que Xavi era o melhor trinco do mundo. Acertou em cheio. Porque de facto, na minha opinião, Xavi é mesmo o melhor trinco do mundo… conseguiu encantar tudo e todos!
Está feita a análise, o balanço do que para mim foi o Euro 2008. Em 2010, se Deus quiser, cá estarei para escrever sobre o Mundial!






Cumprimentos, Morais.